13 de nov. de 2009

8ª Oficina

Relatório 12 – Oficina 12
TP 05 – Unidade 20
Data: 25 e 26 de agosto de 2009

Formador: Eneci de Aquino Pilar – Sinop/MT


Dando início a mais um encontro presencial do Programa Gestar II com os cursistas da rede municipal de Sinop, realizamos a leitura compartilhada do texto “Gaiolas e asas”, de Rubem Alves, que nos oportuniza refletir sobre o papel do professor na formação de cidadãos críticos, bem como a função que desempenha a escola na preparação desses alunos. Para o autor, as escolas existem não para ensinar a voar, mas sim para encorajar o voo, pois segundo ele todos já nascem sabendo voar, o que precisam é serem encorajados a alçar voo.
Os cursistas aproveitaram esse momento e levantaram questões importantes que poderiam contribuir para tornar o ambiente escolar mais humano, onde professores, funcionários, pais e alunos possam conviver de forma harmoniosa, alcançando assim os objetivos traçados. Sabemos que este é um caminho difícil, que essas ações dependem de muitos fatores, mas que são perfeitamente possíveis de serem concretizadas.
Encerradas as reflexões sobre a leitura compartilhada solicitei dos professores que relatassem as atividades desenvolvidas em sala com os alunos e na sequência iniciamos o estudo reflexivo da unidade que trata das relações lógicas. Destaquei os objetivos dessa unidade que eram identificar as relações lógicas de temporalidade e de identidade na construção de sentidos do texto bem como analisar efeitos de sentido decorrentes da negação e na construção de significados implícitos na leitura e na produção de textos.
Para complementar as leituras disponibilizadas pela unidade foram trazidos materiais de apoio que serviram de suporte aos estudos, esclarecendo assim alguns pontos obscuros sobre o tema. Para produzir sentido, para ser coerente, um texto deve fornecer informações adequadas para que o leitor/ouvinte seja capaz de construir uma representação do mundo textual, ativando conhecimentos prévios ou chegando a algumas conclusões a respeito do conjunto de informações linguisticamente organizadas. O reconhecimento de que tipo de relações lógicas tais informações estabelecem depende do reconhecimento de como as marcas, ou pistas, sobre essas relações estão organizadas no texto.
Essas “pistas” que levam ao reconhecimento dessas relações lógicas tanto podem estar mais intimamente ligadas aos elementos linguísticos que tecem a textualidade, como podem estar mais ligadas à situação sócio-comunicativa, “fora” do texto, articulando-o com o conhecimento de mundo dos interlocutores.
Embora as relações lógicas sejam, antes de tudo, operações de raciocínio lógico expressas linguisticamente, a organização lógica de um texto depende também da situação de interação, ou do contexto. Por isso, a escolha de como será feita essa organização corresponde sempre a uma intenção comunicativa que está incorporada ao texto. A negação, por exemplo, é uma relação lógica que representa a exclusão, a rejeição de uma informação ou da possibilidade de ocorrência de algum fato ou evento. As negativas podem servir para orientar a compreensão do texto em uma certa direção da organização das informações ou para provocar reações do leitor/ouvinte que seriam diferentes se a construção lingüística tivesse forma de afirmação.
Essas considerações teóricas deram suporte à oficina dessa unidade que propôs a elaboração de um texto publicitário que explorasse a construção de significados de múltiplas maneiras. Para essa atividade reuni embalagens de diferentes produtos e solicitei aos cursistas que criassem uma propaganda usando a negação como elemento de exclusão/rejeição para então argumentar e convencer o leitor/ouvinte a comprar o produto. Os cursistas fizeram a análise dos textos produzidos respondendo as seguintes questões sugeridas na proposta de atividade:

a) Que produto o texto está anunciando?
b) Que relação está sendo excluída?
c) Que expressões são usadas para marcar essa negação?
d) Que expectativas cria essa negação no leitor?
e) Que efeito de sentido a negativa de uma relação tem sobre a afirmação de outra?
f) Como aparece a coesão inter-relacionando texto verbal e visual no anúncio?
Concluída a oficina os cursistas debateram sobre os resultados alcançados com essa atividade e fizeram uma avaliação do encontro.

28 de out. de 2009

7ª Oficina

Relatório 11 – Oficina 11
TP 05 – Unidade 19
Data: 04 e 05 de agosto de 2009

Formador: Eneci de Aquino Pilar – Sinop/MT


Para este encontro presencial, o sétimo que realizamos, trouxe um poema da mineira Henriqueta Lisboa, com o título “A menina selvagem”. Antes da leitura compartilhada dei boas-vindas aos cursistas, agradecendo a presença de todos.
Iniciamos a socialização das atividades desenvolvidas em sala e alguns cursistas aproveitaram para destacar os bons resultados que estavam obtendo com os “Avançando na prática” sugeridos nos cadernos de Teoria e Prática e nos “AAAs” do Programa Gestar II. Outros cursistas, porém, disseram encontrar dificuldades em dar sequência às atividades em virtude do recesso de férias, mas se comprometeram em colocar as atividades em dia.
Neste encontro focalizamos o estudo da coesão e para tanto levei para discussão o posicionamento de alguns estudiosos como Halliday e Hasan que defendem que a coesão é a relação semântica entre um elemento do texto e um outro elemento que é crucial para sua interpretação. O texto de referência foi outro suporte importante às reflexões que se estenderam ao estudo da coesão referencial e sequencial.
A coesão referencial é um processo linguístico que remete a interpretação de um elemento expresso no texto a outro que já foi utilizado para construir esse texto. Diz-se que um item faz referência a outro quando não pode ser interpretado por si mesmo, mas em relação a esse outro; quando a significação de um esta associada à significação do outro. Já a coesão sequencial diz respeito aos procedimentos linguísticos que, além de interligar as partes do enunciado, fazem o texto progredir no desenvolvimento do tema em direção ao objetivo pretendido.
Os textos “A pesca” e “O show”, das páginas 128 e 129, respectivamente, juntamente com outros como “Circuito fechado”, “Dona-de-casa” e “Vidinha redonda” serviram de suporte para analisar a coesão.
Após a análise desses textos e das leituras realizadas foi possível perceber que nesses textos não foram usados termos que amarram as ideias umas às outras e nem por isso pode-se dizer que estes textos não são coesos. A esse tipo de coesão costuma-se chamar coesão por justaposição, onde a própria colocação de uma seguindo a outra é que constrói os sentidos.
Para a oficina desta unidade solicitei aos cursistas que, em duplas, produzissem um texto coeso por justaposição oferecendo como modelo os textos acima analisados.
Finalizando os trabalhos deste dia foi feita uma avaliação da oficina e o registro do encontro.

27 de out. de 2009

6ª Oficina

Relatório 10 – Oficina 10
TP 05 – Unidade 18
Data: 07 e 08 de julho de 2009

Formador: Eneci de Aquino Pilar – Sinop/MT


Neste nosso sexto encontro presencial de estudo e reflexão do Gestar II fiz a leitura compartilhada do texto “E tudo mudou”, de Luis Fernando Veríssimo. A proposta foi mostrar aos cursistas a importância do conhecimento prévio na compreensão de um texto. O autor associa termos que foram sendo substituídos por outros para dizer que tudo mudou. Expliquei que a coerência do texto depende dos “olhos” de quem lê, pois o que é coerente para alguns pode não ser para outros, que esta depende do conhecimento de mundo do interlocutor.
Os cursistas mais jovens fizeram questão de destacar que algumas palavras não faziam parte do seu vocabulário, como por exemplo: rouge, serviço à la carte, Long Play ou simplesmente LP como popularmente era conhecido. A marca de chiclete Ping-Pong só os mais “experientes” lembraram e do fortificante Biotônico, até mesmo para mim foi uma gostosa lembrança. Quem não lembra do “Comer, comer... Comer, comer... para poder crescer...”. Bons tempos.
Após as considerações sobre a leitura compartilhada dei início à socialização das atividades desenvolvidas em sala de aula com os alunos, momento que os cursistas aproveitaram para dividir com os colegas acertos e dúvidas na aplicação dos “Avançando na prática”. Uma das cursistas relatou a atividade desenvolvida sobre linguagem verbal e não-verbal. A professora distribuiu uma história em quadrinhos apenas com as imagens, solicitando dos alunos que produzissem os diálogos para serem colocados nos “balões”, frisando que o texto deveria ser coerente com a “figura” representada. Segundo ela, a atividade foi positiva uma vez que os próprios alunos perceberam a necessidade de contextualizar a fala das personagens às imagens retratadas, dando assim sentido às tirinhas.
Trouxe como material de apoio para reflexão sobre coerência o posicionamento de Beaugrande e Dressler que afirmam que a base da coerência textual é a continuidade de sentidos entre os conhecimentos ativados pelas expressões linguísticas do texto e que esta deve ser percebida tanto na codificação (produção) como na decodificação (compreensão). Para eles texto incoerente é aquele em que o receptor (leitor ou ouvinte) não consegue descobrir qualquer continuidade de sentido, seja pela discrepância entre os conhecimentos ativados, seja pela inadequação entre esses conhecimentos e o seu universo cognitivo. Já o texto coerente, na visão dos autores, é aquele que “faz sentido” para seus usuários, o que torna necessária a incorporação de elementos cognitivos e pragmáticos ao estudo da coerência. Bastos e Koch reforçam essa ideia. O primeiro afirma que “um texto é ou não coerente para alguém. Tudo se passa como se um sujeito receptor, ao avaliar um texto como coerente ou não, se colocasse no mundo do texto”. Para Koch, o texto em si não é coerente ou incoerente. “Ele (o texto) vai ser coerente para uma pessoa, em determinada situação”.

5ª Oficina

Relatório 09 – Oficina 09
TP 05 – Unidade 17
Data: 23 e 24 de junho de 2009

Formador: Eneci de Aquino Pilar – Sinop/MT


Compreender a noção de estilo no domínio da linguagem e reconhecer recursos expressivos ligados ao som e à palavra foram os objetivos a serem alcançados no quinto encontro de estudos do Gestar II que abordou o estilo, que é o resultado da escolha dos recursos expressivos capazes de produzir os efeitos de sentido motivados pela emoção e afetividade do falante.
Iniciei este encontro com a leitura compartilhada “Notas”, do livro “Memórias póstumas de Brás Cubas” – capítulo XLV, de Machado de Assis. O texto foi escolhido com o propósito de destacar os recursos expressivos utilizados pelo poeta. Machado de Assis desenvolveu um estilo próprio em suas obras, estilo este reconhecido e seguido por muitos escritores contemporâneos.
Após as considerações acerca da leitura realizada, socializamos os “Avançando na prática” onde uma das cursistas relatou o trabalho de produção de textos narrativos com os alunos de uma turma de educação de jovens e adultos. Esse trabalho foi verificado “in loco” ao fazer visita na escola, quando foi possível perceber o envolvimento dos alunos com o tema proposto.
A professora trouxe para socializar com seus colegas cursistas as produções dos alunos e todos puderam acompanhar os resultados obtidos. Outros cursistas também relataram suas experiências de sala e na sequência entreguei aos mesmos textos sobre estilística para leitura e reflexão. Dessa forma cada um pode tecer suas considerações a respeito do tema.A oficina realizada teve como base a proposta do avançando na prática das páginas 40 e 41 da unidade 17.
Solicitei dos cursistas que, em duplas, planejassem uma atividade diferenciada para seus alunos tendo como referência o texto “Palavra”. Cada dupla apresentou a sua proposta e logo após foi feita uma avaliação do encontro deste dia.

4ª Oficina

Relatório 08 – Oficina 08
TP 04 – Unidades 15 e 16
Data: 09 e 10 de junho de 2009
Formador: Eneci de Aquino Pilar – Sinop/MT



Em nosso encontro anterior os cursistas solicitaram uma reunião com os formadores de Língua Portuguesa e Matemática para reivindicar mudanças na aplicação do Programa Gestar II. Na opinião dos cursistas, que expressaram suas angústias com relação a carga de atividades que precisam cumprir, continuar trabalhando duas unidades do caderno de Teoria e Prática a cada quinze dias é inviável. Para eles o fato de muitos não estarem conseguindo cumprir com suas tarefas de forma satisfatória justificaria uma alteração na estrutura do Programa.
A sugestão dos professores cursistas é que a partir do próximo encontro se trabalhe, não dias, mas uma unidade de estudos por encontro dentro do mesmo prazo de quinze dias, adequando o Programa a nossa realidade. Segundo eles essa mudança evitará que cursistas abandonem a formação, o que em alguns casos já está acontecendo.
Apesar de elogiarem a qualidade do material e reconhecer a importância da socialização nos encontros presenciais, alguns professores garantem ser muito difícil conciliar o tempo entre as atividades do Programa e a rotina na escola, principalmente para quem trabalha 40 horas por semana e ainda precisa se dedicar à família.
Diante da possibilidade da desistência de alguns cursistas levamos a proposta para ser analisada pela Coordenação Municipal do Gestar II que, diante do exposto, orientou para que se fizesse uma adequação na metodologia que contemplasse a realidade dos cursistas.
Portanto, nesse quarto encontro de estudos, após dar as boas-vindas aos cursistas, repassamos o posicionamento da Coordenação Municipal quanto às reivindicações do encontro anterior. Ficou definido que a partir da unidade 17 (TP5) estaremos trabalhando uma unidade de estudos, sendo esta a única mudança que se fará na estrutura do Programa. Conscientes que com essa alteração haverá um acréscimo no número de encontros presenciais, os cursistas disseram que é melhor aumentar o número de encontros do que ter que abandonar a formação.
Feitos esses repasses dei início às atividades da oficina oito. Para este encontro escolhi uma leitura que aborda a memória. Em Guilherme Augusto Araújo Fernandes, o autor Mem Fox retrata as aventuras de um menino que decidiu ajudar uma idosa a recuperar suas lembranças colocando em uma caixa alguns objetos que, ao serem visualizados, ativavam sua memória. Repassei o livro para os professores que teceram comentários sobre a necessidade de estarmos levando a nossos alunos textos ilustrativos que ativem o visual do aluno e desperte-o para a leitura.
Começamos nossa socialização com a professora Geisi relatou para os colegas as atividades que desenvolveu com seus alunos da EJA. Ela utilizou o avançando na prática da página 131, unidade 15. Com essa atividade a professora trabalhou a organização textual.
O gênero textual diário foi o escolhido pela professora Lílian para trabalhar com alunos do 2º segmento da EJA. Segundo ela a medida que a atividade foi se desenvolvendo os alunos iam perdendo a inibição e conseguiram realizar boas produções.
A proposta da oficina oito era desenvolver uma atividade com base em um anúncio de uma fundação que trabalha com crianças carentes. O objetivo era que os professores escrevessem um texto de propaganda apelativo com relação a imagem e depois planejassem uma atividade semelhante para seus alunos.A discussão em torno da proposta da oficina ficou comprometida em ração do pequeno número de participantes, o que dificultou o debate e a troca de sugestões para a aplicação da mesma.

17 de jul. de 2009

3ª Oficina

Relatório 07 – Oficina 07
TP 04 – Unidades 13 e 14
Data: 26 e 27 de maio de 2009
Formador: Eneci de Aquino Pilar – Sinop/MT


A leitura do mundo precede a leitura
da palavra.
(Paulo Freire)
A relação entre cultura e os usos sociais e funções da escrita do cotidiano foi o tema do nosso terceiro encontro de estudos que aconteceu nos dias 26 e 27 de maio.
Após dar boas-vindas aos professores, li o poema “A namorada”, do poeta Manoel de Barros. Salientei aos presentes que o objetivo dessa leitura era resgatar os valores culturais de nosso estado na pessoa de um dos mais conhecidos poetas, o matogrossense Manoel de Barros.
Na sequência solicitei a cada cursista o relato das experiências em sala e uma avaliação de suas atividades até o momento. Alguns professores já estão apresentando suas pastas, enquanto outros apenas relataram oralmente o que já trabalharam com seus alunos em sala.
A professora Maria Inês Joanucci trouxe farto material trabalhado com seus alunos para socializar com os colegas, sendo um deles o poema “Cidadezinha qualquer”, de Carlos Drummond de Andrade. Ela solicitou aos alunos que pesquisassem sobre Itabira, terra natal do poeta, respondessem questões interpretativas e sugeriu que os alunos reescrevessem o poema. Maria Inês destacou o interesse que a tarefa despertou entre os alunos. Em uma turma de EJA (Educação de Jovens e Adultos) o professor Cardoso se valeu do poema em questão para trabalhar produção de texto e gramática.
Encerramos a socialização do Avançando na prática das unidades dizendo ser imprescindível a organização das atividades para o bom andamento da formação e definimos alguns critérios a fim de regularizar as tarefas atrasadas.
Feito esse encaminhamento passamos a discutir o letramento, tema gerador do TP4. Levei para o encontro textos de autores que abordam o letramento, entre eles Magada Soares, Leda Tfouni e Paulo Freire. Com base no texto de referência da unidade questionamos os cursistas sobre letramento. As opiniões se dividiram e instiguei-os com a fala de Leda Tfouni que defende que o termo “iletrado” bem como “iletramento” é impraticável no que diz respeito a sociedades tecnologizadas. Para ela é inconveniente afirmar que existe “nível zero” de letramento.
Paulo Freire defende a idéia de que a leitura do mundo precede a leitura da palavra. Nas palavras dele o indivíduo não é um depósito vazio e zerado antes da alfabetização. “Ele (o indivíduo) já possui sua peculiar capacidade de leitura dentro do seu contexto social para sobreviver em meio ao grupo em que vive”, destaca.
Fechada a discussão em torno do letramento, iniciamos a terceira parte da oficina trabalhando o poema de Drummond, Cidadezinha qualquer. A tarefa era que os cursistas, em grupo, formulassem perguntas capazes de aguçar a curiosidade dos alunos pelo poema.
As sugestões de planejamentos foram socializadas no grande grupo, possibilitando a troca de experiências para aplicação da atividade inclusive pelos professores que porventura já tivessem trabalhado o poema com seus alunos em sala de aula.

Avançando na prática

Paródia do poema “Cidadezinha qualquer”, trabalhado em sala de aula no Centro Educacional pela professora Maria Inês Joanucci.



Cidadezinha moderna


Casas entre poeira
mulheres entre cartucheiras
casas desconfiar trancar

Um homem vai se apressar
Pra na Internet navegar
Um carro vai quase decolar

Os homens sem tempo... para na vida pensar

Eta vida louca, meu Deus.
Alana Salesse – 8ª B

Compartilhando leituras

A namorada
Manoel de Barros
Havia um muro alto entre nossas casas.
Difícil de mandar recado para ela.
Não havia e-mail.
O pai era uma onça.
A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por
um cordão
E pinchava a pedra no quintal da casa dela.
Se a namorada respondesse pela mesma pedra
Era uma glória !
Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da goiabeira
E então era agonia.
No tempo do onça era assim.
Texto extraído do livro "Tratado geral das grandezas do ínfimo", Editora Record - RJ, 2001, pág. 17.

2ª Oficina

Relatório 06 – Oficina 06
TP 03 – Unidades 11 e 12
Data: 12 e 13 de maio de 2009
Formador: Eneci de Aquino Pilar – Sinop/MT

Iniciei nosso segundo encontro de estudos do TP3, unidades 11 e 12, dando as boas-vindas aos professores cursistas e logo em seguida li o poema “Adolescente”, de autoria do poeta Mario Quintana, retirado do livro Tempo de Poesia. Com essa leitura retomei as unidades anteriormente trabalhadas que abordaram gêneros textuais, frisando que a poesia é um texto literário, pois se caracteriza pela exploração de imagens que as palavras podem criar, sendo este um dos traços mais significativos do gênero poético, uma vez que proporciona prazer aos leitores e ouvintes.
Feitas essas reflexões, incentivei os cursistas a socializarem suas experiências. Este é um momento ímpar, onde cada um sente-se a vontade para descrever sua prática e, em alguns casos, externar suas angústias quando uma atividade não corresponde a suas expectativas. O que se percebe nessas ocasiões é a forma respeitosa com que os professores se tratam, mesmo quando há divergências de opiniões. Isso é bom à medida que proporciona uma troca de experiência positiva.
Alguns professores que não tinham relatado suas experiências das unidades 9 e 10 puderam fazê-lo. A professora Suzana Marques apresentou o trabalho com anúncios da página 65 do TP3. Ela iniciou a atividade explicando o que é um anúncio, para que serve e onde normalmente é veiculado. De posse dessas informações os alunos confeccionaram anúncios de compra, venda, troca etc. Também foi apresentado aos alunos modelos de anúncios literários e solicitado aos mesmos que produzissem anúncios com base nesses modelos.
A professora Alice Deringer socializou a atividade desenvolvida com seus alunos sobre o tema transversal trabalho. As definições para trabalho foram as mais variadas e segundo ela os alunos, quase que na sua totalidade, associaram trabalho a remuneração, ou seja, só é trabalho algo que tem retorno financeiro.
As socializações das experiências referentes às unidades 11 e 12 enfocaram as sequências tipológicas, com ênfase para a descrição e narração. A professora Érica Hoffmann trabalhou com alunos da 5ª série com a descrição tendo como referência o Avançando na prática da página 109.
Em seu relato a professora Alice disse ter se baseado no avançando na prática da página 124 para trabalhar sequências tipológicas. O objetivo era que os alunos distinguissem descrição de narração. Segundo a professora os resultados alcançados superaram suas expectativas, tanto pelo nível do material produzido quanto pelo grau de comprometimento dos alunos.
Prometendo retomar em outra oportunidade o relato dessas experiências dei início à proposta de atividade desta oficina tendo como base o texto “Salário mínimo”, de Jô Soares. Para essa tarefa a turma foi dividida em dois grupos e cada grupo tinha que encontrar argumentos que sugerissem ser o texto um exercício de redação escolar ou não. Na socialização cada grupo defendeu seu ponto de vista, dizendo os motivos que os levaram a essa interpretação.
Um ponto negativo que não poderíamos deixar de destacar tem sido a ausência de alguns professores nos encontros. A principal causa disso, segundo os próprios cursistas, é o fato de que, por vezes, eles precisam entrar em sala para substituir colegas que se afastam das aulas pelos mais diferentes motivos, o que impossibilita a presença na formação. Outros, porém, confessam que ficaram “intimidados” pelo excesso de atividades que precisam cumprir.
Apesar desse revés continuo animado para o próximo encontro que acontecerá nos dias 26 e 27 de maio, quando abordaremos leitura e processos de escrita.

16 de jul. de 2009

Avançando na prática

Anúncios produzidos pelos alunos da professora Suzana Marques, da E.M.E.B. Jardim Paraíso.



T R O C A - S E
A separação dos meus pais
por um futuro ao lado deles.
Maria dos Santos - 7ª C
T R O C A - S E
Uma filha malcriada, desorganizada, mal humorada,
por outra educada, ajeitada, organizada e estudada.
(Mãe desanimada)
Gissele Marcondeli e Jéssica Apª Kmita - 7ª C
PROCURA-SE controle que possa voltar o tempo.
Paga-se bem.
(Pessoa desesperada para reviver bons momentos)
Aline e Doralice – 7ª C
PROCURA-SE
Um sonhador para acabar com os pesadelos
de uma pessoa solitária. Tel.: 9632-09XX
Gabriela – 7ª C

Compartilhando leituras

Adolescente
Mario Quintana
A vida é tão bela que chega a dar medo.

Não o medo que paralisa e gela,
estátua súbita,
mas

esse medo fascinante e fremente de curiosidade
{que faz
o jovem felino seguir para a frente farejando o vento
ao sair, a primeira vez, da gruta.

Medo que ofusca: luz!

Cumplicemente,
as folhas contam-te um segredo
velho como o mundo:

Adolescente, olha! A vida é nova...
A vida é nova e anda nua
− vestida apenas com o teu desejo!

15 de jul. de 2009

Lembranças

Algumas pessoas chegam a afirmar que bairrismo exagerado é contagioso. E elas têm razão, principalmente quando isso diz respeito a um alegretense. Alegrete contagia. Quem está longe não esquece suas raízes e sempre que possível dá uma “fugidinha” para visitar o Baita Chão, berço de pessoas ilustres como Osvaldo Aranha e Mario Quintana, personalidades reconhecidas mundialmente, das quais esse humilde professor tem orgulho de ser CONTERRÂNEO.
Hoje, 13 de julho de 2009, precisamente às 23h08min., recordo meus tempos de adolescência quando era funcionário da Gazeta de Alegrete, o jornal mais antigo do Rio Grande do Sul e se não me falha a memória o 3º mais antigo do Brasil, onde tive a oportunidade de conviver com figuras humanas inesquecíveis. Nesse momento quero destacar, e me perdoem aqueles que porventura eu esquecer de citar, os poetas Helio Ricciard, o Poeta de Aldeia, que por sinal era meu chefe no jornal, Antonio Zacarias Goulart, meu colega do jornal que também tinha afinidade com a poesia, Lacy Osório, Breno Ferreira (fiquei sabendo que morreu de amor, como indigente nas ruas de Porto Alegre), Élvio Vargas e Mario Guintana, que um dia tive a oportunidade de conhecer pessoalmente pelas ruas da cidade e que também escrevia na Gazeta,
Os ponteiros do relógio avançam para fechar mais um dia e essas lembranças me encorajam a deixar registrados os rabiscos de um poema (olha só a pretensão) de uma situação vivida na minha cidade do Alegrete, na fronteira-oeste do Rio Grande do Sul.

Ocaso


Manhã de sol
As folhas caem
O vento, frio

Na calçada larga
Ali na frente à porta dos Correios
Um passarinho passa
Fumaça se eleva

De aspecto frágil
Seu andar é firme
Parece querer desatravancar seu caminho.

Eneci.

3 de jul. de 2009

1ª Oficina

Relatório 05 – Oficina 05
TP 03 – Unidades 09 e 10
Data: 28 e 29 de abril e 11 de maio de 2009-06-30
Formador: Eneci de Aquino Pilar – Sinop/MT


Este é o quarto encontro que realizamos com os professores da área de Língua Portuguesa da rede municipal de Sinop e a primeira oficina de estudos dos cadernos de Teoria e Prática, do Programa Gestão da Aprendizagem Escolar – GESTAR II. No último encontro os professores que estão participando da formação foram orientados a fazerem as leituras e as atividades propostas nas unidades 09 e 10 do TP3, que traz como tema motivador o trabalho. O tema transversal norteia os PCNs e dada a sua importância dentro de um contexto socioeconômico se estende às unidades 11 e 12 deste caderno de Teoria e Prática.
Após dar boas-vindas aos cursistas e dizer da nossa satisfação em tê-los como parceiros nessa jornada, iniciamos os trabalhos com a leitura compartilhada da crônica “O homem trocado”, de Luis Fernando Veríssimo. Dada às características do texto, o ambiente tornou-se descontraído e os professores que ainda demonstravam certa timidez sentiram-se mais a vontade. Alguns professores, principalmente os da zona rural, solicitaram cópia do texto para ler em sala de aula com seus alunos.
O passo seguinte foi reuni-los em pequenos grupos para, por meio de uma dinâmica, levantar os conhecimentos prévios da turma sobre gêneros textuais que, segundo Marcuschi, são eventos textuais altamente maleáveis, dinâmicos e plásticos. Essas características dos gêneros textuais ficaram evidentes durante a realização da dinâmica que consistia em classificar recortes de jornais, revistas, e.mail, bulas, cardápios etc. Houve dificuldades por parte de alguns professores ao classificar alguns desses materiais quanto ao gênero a que pertencia. Aproveitamos então a oportunidade para dizer que nem sempre um gênero é totalmente puro e que somente aprenderemos a organizar e a identificar os diferentes gêneros textuais se desenvolvermos nossa competência socio-comunicativa, que é a capacidade que temos de perceber as diferenças na organização dos textos.
Dando continuidade aos trabalhos, os cursistas relataram as atividades desenvolvidas com os alunos tendo como suporte o “Avançando na prática” e os cadernos de Apoio à Aprendizagem do Aluno – AAA3. A biografia foi o gênero textual que mais se destacou e trouxe a tona um problema comum, senão a todos, a grande parte de nossos alunos, que é produzir um texto em terceira pessoa. Nesse momento frisamos que essa dificuldade é o reflexo da falta de familiaridade do aluno com este gênero, que costuma aparecer nos rodapés dos livros didáticos de forma concisa, sem muito significado para o aprendiz.
O recurso utilizado pela professora para trabalhar essa dificuldade foi reunir os alunos em dupla e assim o colega escrever a biografia do outro; finalizada essa etapa, cada aluno, de posse de sua biografia, fez um trabalho de reescrita do texto. Segundo a professora essa estratégia alcançou seu objetivo que era fazer com que os alunos percebessem que o gênero estudado é utilizado para descrever a vida de alguém, mesmo ainda em vida. Alguns alunos chegaram a comentar que acreditavam que só era possível escrever a biografia de alguém já falecido.
Essa socialização do “Avançando na prática” é importante, pois proporciona a interação e a troca de experiência entre os educadores possibilitando que todos façam uma análise crítica de sua prática pedagógica.
Ao iniciar a oficina cinco, propomos uma atividade onde os cursistas poderiam optar por um dos dois textos: Poesia tirada de uma notícia de jornal e Bom dia. O objetivo foi demonstrar como o gênero pode entrelaçar-se e tornar-se diferente dependendo da situação sociocomunicativa que desempenha. Neste caso específico, os dois textos podem ser considerados poemas, porém com características diferentes à medida que o primeiro prioriza a escrita e o segundo a oralidade por meio da música.
Em grupos, todos foram desafiados a planejar uma atividade que contemplasse um dos textos que deveria ser adaptado para uma situação de sala. Concluída essa etapa, os trabalhos foram socializados e cada grupo expôs a metodologia que será aplicada à referida atividade.
Mesmo que algumas falhas tenham acontecido, principalmente com relação às atividades que deixaram de ser apresentadas por alguns dos professores, que justificaram alegando falta de tempo pelo acúmulo de trabalho nas escolas como conselho de classe e preparativos para o dia das mães, consideramos esse primeiro encontro de estudos do TP3 extremamente gratificante, uma vez que tivemos a oportunidade de conhecer pessoalmente muitos colegas de trabalho, que mesmo enfrentando uma carga horária exaustiva estão dispostos a participar da transformação da educação, transformação essa que passa, necessariamente, por uma mudança de postura quanto ao papel que cada um desempenha na sociedade enquanto cidadão consciente.
O próximo encontro do GESTAR II da rede municipal de ensino de Sinop acontece nos dias 12 e 13 de maio, quando estaremos tratando sobre “tipos textuais” e “a inter-relação entre gêneros e tipos textuais”, atividades estas que encerrarão os estudos do TP3.

2ª Introdutória

Relatório 04 – 2ª Introdutória
Data: 11, 14 e 15 de abril de 2009.
Formador: Eneci de Aquino Pilar – Sinop/MT


Este é o terceiro encontro com os cursistas e neste dia fizemos a segunda oficina introdutória do Programa Gestão da Aprendizagem Escolar. É importante frisar que esta oficina estava programada para acontecer no segundo encontro em continuidade a primeira oficina introdutória, porém, por não termos a disposição o material do Gestar na data programada realizamos a oficina livre, com o tema “Elaboração de Projetos”.
Levamos para esta oficina uma mensagem de Rubem Alves que vem ao encontro de nossos anseios de aprendizagem. A mensagem “Educar” analisa dentro de um contexto humano que é preciso um novo olhar para as nossas crianças. O autor nos leva a refletir com relação a nossa postura enquanto professor. O tema é desafiador à medida que mexe em estruturas educacionais adquiridas ao longo do tempo. Estas estruturas não se referem apenas as metodologias de ensino, mas principalmente no que diz respeito ao emocional de cada um de nós.
Dando continuidade a proposta do encontro, distribuímos o material aos cursistas que deixaram transparecer certa preocupação com relação ao número de livros. Superada esta primeira impressão começamos o estudo do Guia Geral e para isso dividimos a turma em grupos, salientando a importância desse estudo para a compreensão do referido Guia, o que possibilitará um entendimento eficaz do Programa.
Preparamos o estudo do Guia em slides e as intervenções eram feitas à medida que surgiam dúvidas e comentários. Antes disso fizemos um levantamento das expectativas individuais que foram socializadas no pequeno grupo e por fim levadas para serem discutidas com todos por meio de cartazes. Percebemos que as expectativas em relação ao programa são boas, mas não podemos deixar de destacar que muitos colocaram barreiras devido ao tempo, a quantidade de estudos e as adequações que serão necessárias nas escolas para que o mesmo aconteça. Por conhecer essa realidade foi que fizemos uma apresentação formal do Programa a diretores e coordenadores na Secretaria Municipal de Educação antes de iniciar a formação, oportunidade em que solicitamos a colaboração de todos.
Passado esse primeiro momento, organizamos os cursistas em três grupos e cada grupo ficou responsável por socializar uma atividade. O primeiro grupo ficou responsável em discutir as concepções sobre o ensino aprendizagem e o papel do professor em sala de aula; o segundo grupo sobre a implantação do Gestar na escola e por fim o terceiro grupo as expectativas de mudanças que o Gestar poderá trazer para seus alunos. As atividades foram debatidas no grande grupo e houve necessidade de intervenção por parte do formador, pois em certos momentos fugia-se do foco do tema abordado em razão das angústias dos cursistas com relação ao tempo disponível para estudo e até mesmo com a parte estrutural (física) das escolas. Retomamos o tema, destacando que somos atores de um processo e que as mudanças só ocorrerão se cada um perceber o papel que desempenha na sociedade enquanto cidadão e não apenas como profissional dedicado exclusivamente à educação.
Dando continuidade a oficina, foi explicado o processo de avaliação do Programa e a forma como os cursistas deverão apresentar seus trabalhos. Neste momento abordamos como sugestão a utilização do portifólio por meio de pasta. Também destacamos o cuidado que o professor cursista deverá ter na elaboração de seus registros que devem priorizar a reflexão como instrumento de apoio nas suas intervenções com os alunos. Essa seria a principal função do professor enquanto agente do conhecimento e não apenas um mero repassador do conhecimento.
Encerramos a oficina solicitando dos cursistas que elaborassem um registro do encontro para ser entregue ao formador.

Oficina Livre - Projetos

Relatório 03 – Oficina Livre – Projetos
Data: 07, 08 e 13 de abril de 2009.
Formador: Eneci de Aquino Pilar – Sinop/MT


Neste segundo encontro do Gestar II e por não termos em mãos o material de apoio, decidimos realizar a primeira oficina livre com o tema “Elaboração de Projetos” que contribuirá oportunamente para a elaboração de projetos que serão desenvolvidos ao longo do Programa.
Para esta oficina contamos com a colaboração da professora Carla Sprizão Ponce, pedagoga com especialização em psicopedagogia que atua no Departamento de Programas e Projetos da Secretaria Municipal de Educação de Sinop.
Trabalhar com projetos na escola faz parte do cotidiano da maioria de nossos professores, porém muitos ainda encontram dificuldades na estruturação dos mesmos, como definir os objetivos a serem alcançados e até mesmo reconhecer qual projeto melhor se encaixa em determinada ação.
Por trabalhar diretamente com projetos e conhecer essa realidade, a palestrante pontuou os diferentes tipos de projetos e em quais situações a aplicação de cada um se enquadraria, dando ênfase ao projeto de cunho didático e ao sócio-educacional.
Primeiramente a professora iniciou dizendo que a palavra projeto vem do latim “pro-jicere” que significa colocar adiante, usando como referência o teórico Kruglianskas. Segundo ela projeto é uma atividade que deve ser executada numa sequência lógica para atender objetivo pré-estabelecido e também é um esforço temporário empreendido para criar um produto ou serviço único, limitado por prazo, orçamento, recursos e especificações de desempenho. Esse momento serviu para os cursistas questionarem a palestrante e esclarecer as dúvidas existentes.
De posse dos fundamentos teóricos, os cursistas realizaram uma atividade onde estruturaram um projeto que poderá ser, inclusive, aplicado em sala. A professora Carla fez questão de salientar que é comum surgirem dificuldades no momento de colocar um projeto em prática, mas que essas dificuldades não são intransponíveis e que o sucesso do mesmo depende do cuidado que se tem durante todo o processo de elaboração; que podemos considerar um projeto bem sucedido quando este atinge o objetivo proposto; é concluído no período de tempo previsto; não ultrapassa o orçamento; atende as especificações estabelecidas; tem boa aceitação do beneficiário e demais partes envolvidas e é transparente na prestação de contas.
Com essa oficina de projetos atingimos o objetivo que era esclarecer dúvidas pertinentes ao tema.
Encerramos as atividades agradecendo a presença da professora Carla que muito contribuiu no enriquecimento pedagógico de todos.

Aula introdutória

Relatório 02 – 1ª Introdutória
Data: 31 de março, 1º e 13 de abril de 2009.
Formador: Eneci de Aquino Pilar – Sinop/MT


A primeira oficina introdutória do Gestar II foi realizada no dia trinta e um de março, terça-feira, das 13:00 às 17:00 horas com a turma da tarde e dia primeiro de abril das 18:30 às 22:30 horas com a turma da noite nas salas de estudo de uma igreja, cedida gentilmente para a formação. Na zona rural a referida oficina aconteceu no dia treze de abril no período matutino.
Esta primeira oficina foi realizada em conjunto com a área de Matemática a fim de otimizar tempo e espaço, pois havia necessidade de transporte dos materiais tanto para a zona urbana como para a zona rural.
Neste primeiro momento tivemos a participação da coordenadora do Programa e também da encarregada pelo Departamento de Programas e Projetos da Secretaria Municipal de Educação que apresentou formalmente os formadores das respectivas áreas e disse de sua alegria em estar iniciando a formação, formação esta tão almejada e reivindicada pelos professores. Para Lucinéia, ter um momento de reflexão em conjunto, é fundamental para aperfeiçoar a prática pedagógica o que beneficiará o aluno, sendo este o objetivo principal de qualquer formação. A professora Télvia Marques, chefe do Departamento de Programas e Projetos deu boas-vindas aos cursistas e colocou-se à disposição para atender as necessidades que o Programa exige para que este realmente aconteça de forma efetiva.
Destacamos enquanto formadores que nosso papel não é formar professores, mas sim colaborar na busca de novas práticas, salientando a importância da formação e qualificação dos profissionais para o crescimento pessoal. Frisamos também que não existem fórmulas prontas e que o programa não deveria ser visto como mais uma formação, mas como momentos de reflexões e discussões sobre a aprendizagem.
Houve uma socialização onde cada cursista se apresentou, falou da origem do seu nome, cada um com suas peculiaridades e sentidos, destacando momentos de sua vida pessoal, momento este que gerou muita emoção. Em um segundo momento o foco foi a formação, os motivos que os levaram a escolher a área da educação, seus pontos positivos e negativos.
Por entender que o vídeo “O Saber e o Sabor” apresentado na formação em Cuiabá traz reflexões sobre a prática pedagógica predominante, vimos a necessidade de repassá-lo aos cursistas objetivando discussões e mudanças na prática individual. As reflexões abordam a importância do papel do professor como instigador, provocando situações que leve o aluno a desenvolver o senso crítico.
Durante a exibição do vídeo foram feitas intervenções com relação a fala dos entrevistados e oportunizado aos cursistas que expressassem suas opiniões. Percebemos durante as interferências a preocupação em relação à efetiva aplicabilidade do que estava sendo exposto, levando-se em consideração os diferentes contextos.
Quando Rubem Alves faz referências em aproveitar somente o que tem significado, o que é realmente importante, citando o exemplo da água do macarrão que escorre ficando apenas o macarrão percebe-se um novo olhar com relação ao que já foi feito e o que ainda poderá ser feito pela educação.
Percebemos no grupo a necessidade de um novo olhar para a educação, de aproveitar aquilo que realmente tem significado, porém a grande dificuldade é como fazer isso. Sabemos que essa transformação somente será possível com a participação da sociedade de um modo geral e não apenas no âmbito escolar. Essas mudanças de paradigma devem envolver toda a sociedade.
Após as reflexões foi dado prosseguimento a oficina com a apresentação do programa por meio de slides, oportunidade que se esclareceram as dúvidas, os objetivos e de que forma seriam realizados os trabalhos com os professores cursistas nas oficinas.
Desse primeiro encontro levamos a impressão que será necessária uma mudança de postura de todos enquanto profissionais da educação para alcançar nossas metas que é tornar nossos alunos cidadãos críticos e autônomos. Acreditamos que o Gestar II, enquanto formação continuada será um suporte importante nessa caminhada.

Estreia

Relatório 01 – Aula Inaugural – 18 de março de 2009
Formador: Eneci de Aquino Pilar – Sinop/MT

Noite de estreia.....
...de uma educação renovadora... de um novo pensar... de um novo agir...

Na quarta-feira, 18 de março, nas dependências do CEFAPRO Sinop realizamos a aula inaugural do Programa Gestão da Aprendizagem Escolar – GESTAR II. Esta aula inaugural contou com a presença do secretário municipal de educação, professor Antônio Thadeu Gomes de Azevedo, da assessora pedagógica, professora Silvia Kuhn, da diretora do CEFAPRO/Sinop, professora Kátia de Oliveira Carvalho, das coordenadoras do Programa, professoras Ângela Maria Dezan Barbuino e Lucinéia Jonat Lourenço, representantes do CEFAPRO/Sinop e da Secretaria Municipal de Educação, respectivamente, dos formadores das áreas de Língua Portuguesa e Matemática, das redes estadual e municipal.
Aproximadamente sessenta professores do município, bem como de cidades vizinhas como Cláudia, Santa Carmem, Vera e Feliz Natal se fizeram presentes no encontro.
A solenidade contou com a participação do violinista Jackson Messias, aluno do 1º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Nilza de Oliveira Pipino, que executou o Hino Nacional Brasileiro e a canção Kanon, sendo muito aplaudido pelos presentes. Outra apresentação muito aplaudida foi a do grupo de dança da E.M.E.B. Lizamara Aparecida Oliva de Almeida, coordenado pela professora Silvia Mara da Silva, que apresentou a dança ‘O Pantanal’.
Logo após a execução do Hino Nacional, do Hino do Mato Grosso e da apresentação cultural, a mestre de cerimônia, professora Teofanis Teresinha Zabot Anjos passou a palavra às autoridades presentes.
Em seu pronunciamento o secretário Antonio Thadeu destacou o esforço que vem sendo feito para melhorar as condições de trabalho dos profissionais da educação e que a formação continuada é um dos meios dessa capacitação ser efetiva. Ainda segundo o secretário, a busca pela capacitação deve ser constante, o que justificará a realização de novos cursos.
Após a exibição do vídeo “O Saber e o Sabor” a coordenadora municipal Lucinéia Jonat Lourenço destacou os objetivos do programa que é uma ação do Programa de Ações Articuladas (PAR) do Ministério da Educação e Cultura (MEC) em parceria com o Estado e o Município.
O Programa Gestar II vem contemplar professores que atuam da 5ª a 8ª série ou 6º a 9º ano do Ensino Fundamental e tem como objetivo a capacitação do professor de sala para interagir de forma efetiva no cotidiano do aluno, valorizando a prática pedagógica.
De forma sucinta o programa foi explicado aos presentes e também foi dada ênfase a estrutura de como a formação acontecerá. Sendo um programa de formação continuada os professores tiveram acesso a informações como carga horária, certificação, duração do programa e informações gerais.
A assessora pedagógica Silvia Kuhn, representante da SEDUC, em sua fala agradeceu a presença de todos e destacou a importância de uma formação do nível do GESTAR que vem para contribuir na prática pedagógica de nossos professores.
Encerramos as atividades agradecendo a presença de todos.


Autoridades presentes no lançamento do GESTAR II em Sinop

Formadores do CEFAPRO e Secretaria Municipal de Sinop


Professores e comunidade escolar prestigiaram
o lançamento do Programa em Sinop

Fazendo diagnóstico

Nossa atitude enquanto formador foi fazer um levantamento junto às escolas para conhecermos o número de professores aptos a participar do programa. Encaminhamos às unidades escolares uma ficha para preenchimento com dados pessoais, profissionais e horários disponíveis para a formação dos professores. Concluída essa primeira etapa verificamos que haveria a necessidade de formar turmas em dias diferentes. A rede municipal de educação de Sinop atende também escolas na zona rural e por esse motivo houve a necessidade de contemplar esses profissionais com a formação. Com isso foram formadas três turmas de estudos, sendo duas na zona urbana e uma na zona rural.
Após esse diagnóstico ficou definido que uma turma seria atendida na terça-feira à tarde e outra na quarta-feira a noite, quinzenalmente.
Para atender a zona rural e adequar as condições da escola e também favorecer o deslocamento da equipe de formação, uma vez que a escola está a aproximadamente oitenta quilômetros da sede, definimos que os encontros seriam mensais, em horário integral, às segundas-feiras.
Quando fomos convidados a participar da formação na capital do Estado não tínhamos ideia da abrangência do Programa. Durante a semana de estudos em Cuiabá ficamos conhecendo a proposta e a transformação que essa formação poderá trazer para nossa prática pedagógica. Ao retornar de Cuiabá nossas expectativas eram grandes em razão da necessidade de formação nas áreas específicas de Língua Portuguesa e Matemática.