27 de out. de 2009

6ª Oficina

Relatório 10 – Oficina 10
TP 05 – Unidade 18
Data: 07 e 08 de julho de 2009

Formador: Eneci de Aquino Pilar – Sinop/MT


Neste nosso sexto encontro presencial de estudo e reflexão do Gestar II fiz a leitura compartilhada do texto “E tudo mudou”, de Luis Fernando Veríssimo. A proposta foi mostrar aos cursistas a importância do conhecimento prévio na compreensão de um texto. O autor associa termos que foram sendo substituídos por outros para dizer que tudo mudou. Expliquei que a coerência do texto depende dos “olhos” de quem lê, pois o que é coerente para alguns pode não ser para outros, que esta depende do conhecimento de mundo do interlocutor.
Os cursistas mais jovens fizeram questão de destacar que algumas palavras não faziam parte do seu vocabulário, como por exemplo: rouge, serviço à la carte, Long Play ou simplesmente LP como popularmente era conhecido. A marca de chiclete Ping-Pong só os mais “experientes” lembraram e do fortificante Biotônico, até mesmo para mim foi uma gostosa lembrança. Quem não lembra do “Comer, comer... Comer, comer... para poder crescer...”. Bons tempos.
Após as considerações sobre a leitura compartilhada dei início à socialização das atividades desenvolvidas em sala de aula com os alunos, momento que os cursistas aproveitaram para dividir com os colegas acertos e dúvidas na aplicação dos “Avançando na prática”. Uma das cursistas relatou a atividade desenvolvida sobre linguagem verbal e não-verbal. A professora distribuiu uma história em quadrinhos apenas com as imagens, solicitando dos alunos que produzissem os diálogos para serem colocados nos “balões”, frisando que o texto deveria ser coerente com a “figura” representada. Segundo ela, a atividade foi positiva uma vez que os próprios alunos perceberam a necessidade de contextualizar a fala das personagens às imagens retratadas, dando assim sentido às tirinhas.
Trouxe como material de apoio para reflexão sobre coerência o posicionamento de Beaugrande e Dressler que afirmam que a base da coerência textual é a continuidade de sentidos entre os conhecimentos ativados pelas expressões linguísticas do texto e que esta deve ser percebida tanto na codificação (produção) como na decodificação (compreensão). Para eles texto incoerente é aquele em que o receptor (leitor ou ouvinte) não consegue descobrir qualquer continuidade de sentido, seja pela discrepância entre os conhecimentos ativados, seja pela inadequação entre esses conhecimentos e o seu universo cognitivo. Já o texto coerente, na visão dos autores, é aquele que “faz sentido” para seus usuários, o que torna necessária a incorporação de elementos cognitivos e pragmáticos ao estudo da coerência. Bastos e Koch reforçam essa ideia. O primeiro afirma que “um texto é ou não coerente para alguém. Tudo se passa como se um sujeito receptor, ao avaliar um texto como coerente ou não, se colocasse no mundo do texto”. Para Koch, o texto em si não é coerente ou incoerente. “Ele (o texto) vai ser coerente para uma pessoa, em determinada situação”.

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